quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

CHICHICHI- LELELE

Heloooo people! Eu sei, faz milênios que eu não aparecia por aqui, mas a vida mudou um bocado desde que resolvi voltar para onde meu coraçãozinho bate forte - A MODA, e além disso, o money tava curto, então aquela inquietação para conhecer novos mundos teve que tirar férias junto comigo, em casa mesmo...rs
Confesso que a princípio não achei que teria boas experiências para contar sobre o destino - o Chile, mais precisamente Santiago, mas segui o baile. O trauma veio da velha falta de informação que tanto nos cerca, além da experiência ruim que tive em Buenos Aires, porém para a minha surpresa a viagem foi o máximooo e dessa vez junto com o maridão companheiro de aventuras, ficou melhor ainda.
Embarcamos em setembro do ano passado, o clima estava mais para friozinho (lesados medulares tem pânico de passar frio, por isso disse friozINHO), porém sem grandes problemas. Levei minha própria cadeira de banho, como de costume e rumamos para Santiago. O hotel que escolhi foi o IBIS Providencia que foi um baita golaço, já que a acessibilidade do quarto e a localização me atenderam muito bem e o preço foi um dos mais camaradas. Localizado a uma quadra do metro Manuel Montt, o bairro é conhecido pelas facilidades do comércio, hotéis e alguns bares - aí vai a primeira dica , o bar Liguria fica quase colado com o hotel e além da decoração mega estilosa, os pratos são deliciosos e um pouco salgadinhos também.
Apesar de estar próxima ao Skycostanera, não achei o custo benefício muito válido, então só demos uma voltinha pelo shopping e seguimos para outros destinos.
Um ponto muito legal em Santiago foram as calçadas, quase todas limpas e planas, fizeram toda a diferença para alguém que curte uma viagem com mais autonomia, porém essa regra não se estende ao comércio/pontos turísticos e ja deixarei aqui algumas #VISITAFRUSTRAÇÃO para que como eu, vocês não batam com a cara na escada. 
A La Chascona, dita a mais poética das casas-museu de Pablo Neruda, não possui acesso para cadeirantes, portanto se você é fã do poeta, vá preparado.
Apesar de ter checado informações em outros blogs muito confiáveis e bacanas como o Cadeira Voadora, fui vencida pela teimosia e fiquei a ver navios tanto no Cerro San Cristóbal, como no Cerro Santa Lúcia, pontos famosos da cidade, onde as escadarias não dão chance nem para aquela ajudinha camarada da galera, que se oferece para carregar você e a cadeira.
Mas vida que segue, afinal uma das vantagens de Santiago é a gama de opções que a mesma oferece. Começamos pelo roteiro Plaza de Armas, Museo Chileno de Arte Precolombino e Palácio de La Moneda, para aqueles que como eu curtem museus e se aventurar pelas ruas e metros, esse trajeto é fácil e de quebra você tem a chance de conhecer um pouco mais sobre a cultura de Santiago. Nesse mesmo dia visitamos também o  Mercado Central, mas confesso que não ficou entre os meus favoritos,  a combinação dia chuvoso +  o cheirinho  de frutos do mar, não me apeteceu muito e resolvi almoçar em outro lugar.

Como de costume, sempre procuro alguma referência de moda na área, e acabei descobrindo o Museo de La Moda, que apesar de legal, fica numa lonjura que só vale a pena mesmo para quem realmente curte esse tema. E falando sobre temas, eu AMO vinho e lógico, não perdi a oportunidade de visitar a vinícola  Concha y Toro. Fechamos o pacote pelo hotel mesmo, e ficamos com a opção translado + degustação de 3 vinhos. Minha experiência foi muito positiva, não só pelo apreço que tenho pela bebida, mas principalmente pela forma como fomos conduzidos pelo guia a mergulhar nas historias e  lendas do lugar. A única parte chata é que todos os ônibus que vão para lá,  não possuem acesso, portanto se você não caminha como eu, vai ter que contar com aquele ombro amigo!
Nossa viagem durou 7 dias, mas posso dizer que 5 dias já são suficientes se você não tem muito tempo para viajar, porém confira o calendário dos feriados. No meu caso acertei a semana exata de um dos mais importantes feriados chilenos, o Fiestas Patrias, que é tipo nosso carnaval e tivemos que nos virar nos 30 para conseguir fazer algumas coisas nos últimos 2 dias. 
Outra dica que dou está em relação ao pacote que é vendido para Valparaíso. Já tinhamos fechado o roteiro, e inclusive perguntado ao vendedor sobre alternativas que pudessem me possibilitar aproveitar a viagem, e apesar das mil garantias de que poderíamos transitar pela cidade, preferi me precaver e conversar com um guia. BINGO!Ele informou que a maioria dos pontos a serem visitados não tinham acesso e a cidade não contava com uma boa estrutura para transitar com a cadeira de rodas.
Pra variar eu prefiro sempre olhar o lado positivo das coisas, e se não rolou ir para Valparaíso, eu arrumei um destino melhor ou tão bom quanto - a região do Patio Bellavista, rodeado por bares e restaurantes, aproveitamos o dia para jogar conversa fora e experimentar algumas delícias típicas do lugar, em sequencia tivemos uma aula de história no Museo de la Memoria y los Derechos Humanos.
Até conhecer Santiago eu nunca tinha estado num lugar rodeado por Andes, quiça visto neve e esquiar, sim eu falei ESQUIAR.
Quando comecei a planejar essa viagem e vi que era possível esquiar com adaptação, não pensei 2 vezes, me joguei com força na ideia e francamente, foi a melhor parte da viagem; porém vou deixar uma dica valiosa - faça sua programação com antecedência.
Por pouco eu não consegui chegar até o Valle Nevado, pois além da escola demorar para retornar os emails, tive muita dificuldade em conseguir uma van para chegar lá. Como sei que essa vontade não é só minha, tratei de fazer amizade com o professor Mauro (gente boníssima) e aproveitei para pegar o máximo de informações para compartilhar com vocês, então anotem aí:

Site: vallenevado.com

Myriam Torralbo (gerente): +56 2 2477 77 33
                                                 + 56 9 9078 31 26

Mauro (instrutor): +56 9 9320 77 99


Entre os top 10 da vida, sem dúvida nenhuma esquiar entrou para a lista, que sensação maravilhosa poder sentir aquele vento no rosto, além do visual incrível e contraditório - como é possível num lugar rodeado por neve as pessoas tomarem sol de biquíni? Sim, o vale é cercado por hotéis e muitos turistas se esbaldam na piscina e aproveitam para pegar um bronze.
Como sempre tenho que falar o lado bom e ruim, o Valle Nevado não é nada adaptado, desde as lojas para alugar a roupa até a escola, possuem degraus e escadas, a van que faz nossa locomoção dentro do lugar também não esta preparada e se você estiver sozinho recomendo procurar ajuda de alguém do local. Mas sinceramente, vale cada perrengue!
Na minha opinião viajar é poder viver uma nova vida por alguns dias, sem horários e também com disposição para o insperado. Lógico que a acessibilidade deve sim ter um peso considerável, até mesmo por uma questão de segurança, mas as vezes largar o timão e deixar o barco andar, te permite ser absurdamente feliz, e isso te faz esquecer qualquer percalço. 
Não sei quando eu volto para compartilhar mais novidades e informações com vocês, afinal a vida sempre me leva para os lugares mais incomuns, mas quer saber? Eu amo isso, e continuo mesmo que em terra firme, viajando entre pessoas e momentos inesquecíveis. 
Então, vale um até breve ;)